Florianópolis / SC - domingo, 05 de maio de 2024

Tonturas e Vertigens

 

 

 

 

 

 

 No exato momento em que teclo estas palavras, o meu filhinho de sete meses joga-se de um lado para o outro ameaçando que vai engatinhar.  

 

Bem, já quando o assunto é ficar de pé, andar, saltar, dançar e correr, ele com o seu corpinho ainda imaturo sequer imagina do que será capaz.  

 

A nossa orientação espacial é o resultado de uma magnífica orquestração de informações feita pelo nosso sistema nervoso, informações estas que são provenientes dos olhos, músculos, tendões e, especialmente, do sistema vestibular. E para que estes sistemas funcionem, eles têm de estar em pleno funcionamento e comum acordo, caso contrário, informações desencontradas chegarão ao cérebro, culminando em desequilíbrio corporal.

 

O labirinto, estrutura que tem papel chave dentro do sistema vestibular, pode ser comparado a uma sonda localizada dentro de cada orelha. Ao nos movimentarmos, as acelerações dos nossos corpos produzem energia mecânica que é captada pelo labirinto e traduzida em informações que serão enviadas ao cérebro. Trata-se de um órgão de extrema sensibilidade e fragilidade. Qualquer desordem inerente ao próprio labirinto ou que interfira no seu funcionamento, mesmo à distância, pode culminar em vertigem.

 

 

 

A vertigem é a sensação ilusória de rotação do nosso corpo em relação ao que nos cerca ou vice-versa. Muitas doenças atacam o labirinto e não é raro o sofrimento labiríntico preceder o aparecimento da doença. Fazendo uma analogia, é como se soasse um alarme no organismo, avisando-nos de que algo não vai bem.

 

 

 

Frente a um paciente com sintomas de tontura, nós médicos, sabemos que um dos objetivos é o combate aos sintomas, entretanto entendemos que há a necessidade de tratarmos a causa, quando esta pode ser diagnosticada. Em outras palavras, entendemos que a vertigem é um sintoma, não a doença em si. Como já dito, as mais variadas desordens podem levar ao mau funcionamento do labirinto, podendo inclusive haver muitas causas de tontura em um mesmo paciente. Situações como o sedentarismo, o tabagismo e o alcoolismo, problemas no metabolismo dos açúcares, alterações hormonais, o uso crônico de alguns diuréticos e anti-inlflamatórios, bem como inflamações e/ou infecções da orelha interna, são potencialmente nocivas ao labirinto.

 

 

 

O conceito generalizado de que a tontura não tem cura deve ser revisto. Assim, o paciente que exibe sintomas de tontura deve procurar o médico para investigar a causa do problema, aumentando desta forma as chances de cura. O tratamento pode incluir tanto mudanças de hábitos de vida, como medicamentos e exercícios que são específicos para o labirinto.

 

 

 

Praticar exercícios regularmente, evitar o tabagismo e alcoolismo, diminuir o intervalo entre as refeições, diminuir a ingestão excessiva de açúcares de absorção rápida e cafeína, estão entre as opções inteligentes que nos ajudam a ter uma vida literalmente mais equilibrada. 

 

 

 


 

 

 

José Tavares