Florianópolis / SC - domingo, 05 de maio de 2024

Fones de Ouvido

 

 

 

 

 

 

 "Sem música, a vida seria um erro"

 

 Esta frase de Nietzsche atribui ao ser humano uma das prerrogativas mais sublimes: a percepção e construção da arte pelo som.

 

 E se a história da música se confunde com a história da própria humanidade, somente a partir da década de 80 que se popularizaram os aparelhos portáteis conhecidos como walkmans. Podemos não nos dar conta disso, mas esses aparelhos possibilitaram uma liberdade enorme aos apreciadores da música. Atualmente, o representante contemporâneo desta modalidade são os MP3 players, presentes até em telefones celulares.

 

Temos assistido a uma mudança gradativa no comportamento de muitas pessoas, especialmente dos jovens: o hábito de ouvir músicas por mais tempo e em maiores intensidades. Seja na academia ou no ônibus, no caminho para o colégio ou para o trabalho, o que vemos pelas ruas é um festival de fones de ouvidos plugados nas orelhas. Ora, o emprego destes fones, principalmente entre a população mais jovem, tem sido motivo de grande preocupação.

 

Diversos dados apontam uma relação direta entre o mau uso destes aparelhos e danos na audição humana. São basicamente duas as variáveis que condicionam o perigo: o volume do aparelho e o tempo de exposição ao som alto. Sabemos que nos fones mais modernos, especialmente aqueles que se encaixam dentro do conduto auditivo, o volume é capaz de alcançar níveis acima de 100 decibéis. Pois saibam que é como estar bem perto da turbina de um avião. Níveis de som acima de 85 decibéis já podem ser considerados perigosos à saúde dos ouvidos se o tempo de exposição é prolongado.

  

Várias peculiaridades tornam os aparelhos portáteis os grandes vilões desta história. Uma delas é que por serem muito usados em locais abertos, o usuário tenderia a ajustar o volume acima do ruído externo que o rodeia, ou seja, de 65 a 85 decibéis. Ainda, por conta da alta tecnologia, mesmo com volumes muito intensos, os fones conseguem gerar o som sem nenhuma distorção. O estrago provocado por este tipo de agressão pode ser irreversível, com sintomas variando desde um discreto zumbido até franca perda auditiva.

 

Aqui vão algumas dicas interessantes para oferecer maior segurança aos ouvidos:

  • evitar ultrapassar aproximadamente 60% da capacidade de volume do aparelho;
  • evitar usar o aparelho por tempo prolongado;
  • não elevar o volume para competir com o ruído externo. Neste caso, além de evitar danos à audição temos maior segurança em transitar nos ambientes externos, pois a audição também serve como ferramenta de orientação e proteção.
  • Em caso de dúvidas ou sintomas como zumbido, intolerância a sons altos ou sensação de perda auditiva, devemos procurar auxílio médico para maiores esclarecimentos.

     


     

    José Tavares